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AULAS DE PSICOLOGIA

29/03/2015 16:40

Nosso novo blog foi lançado hoje. Fique atento e tentaremos mantê-lo informado. Você pode ler as novas postagens deste blog via RSS Feed.

AULA 1 - Comportamento Sócio-Espacial Humano

29/03/2015 14:08

Comportamento sócio-espacial Humano

Profª Esp: Flávia Paula Bueno 

 

O que é Psicologia Comportamental?

 

A psicologia comportamental é o método que observa as atitudes físicas e mentais das pessoas e abrange o entendimento das emoções e dos pensamentos humanos. O foco dessa abordagem científica está na compreensão das sensações, percepções, aprendizagens e inteligências que culminam na forma de ser de um indivíduo.

A Psicologia estuda o comportamento humano em várias situações, e é também subdividida em vários segmentos de atuação.

 

 

 

 

AULA 2 - Comportamento Humano

12/04/2015 13:19

Comportamento Humano 

É caracterizado por um conjunto de condicionamentos e aprendizados que afetam as interações sociais e profissionais, mantidos no ambiente de trabalho.

 

Comportamento Sócio-espacial Humano

São comportamentos que “ditam” as “contingências” de um determinado contexto ou situação ou seja, é aquilo que sinaliza a inter-relação.

Pinheiro e Elali (2011, p.144)  “Refletem o ânimo afetivo, o status das pessoas envolvidas e a natureza da interação social pretendida obtida, correspondendo ao que entendemos como comportamento  socioespacial humano”.
 
 
Teste Psicológico Sobre as Inteligências

 

AULA 3 - Quando falamos de pessoas não podemos esquecer que:

29/03/2015 14:50

 

Quando falamos de pessoas não podemos esquecer que:

AS PESSOAS TÊM CARACTERÍSTICAS DE PERSONALIDADE, EXPECTATIVAS, OBJETIVOS PESSOAIS, HISTÓRIAS PARTICULARES, ETC...

 

AULA 4 - O Ser Humano é Pró-ATIVO

12/04/2015 13:49

 

O SER-HUMANO É PRÓ-ATIVO

 

Seu comportamento é orientado para a satisfação das necessidades pessoais e para alcançar objetivos e aspirações.

 

O comportamento na organização depende das práticas organizacionais e de seus objetivos pessoais.

 

Contribuições para o Estudo do Comportamento 

sócio-espacial Humano:

 

Sociologia : o estudo das relações entre as pessoas.

Psicologia Social : área dentro da Psicologia que mistura conceitos da Psicologia com os da Sociologia, e tem seu foco na influência de um individuo sobre o outro.

Antropologia : é o estudo das sociedades para a compreensão dos seres humanos e suas atividades.

Ciências Políticas : o estudo do comportamento dos indivíduos e dos grupos dentro de um ambiente político.

A diversidade da força de Trabalho: a crescente heterogeneidade das organizações, com a inclusão de diferentes grupos. (trabalho, estudos, auditorias qualidade, controladoria)

 
 
 

AULA 5 - PIRÂMIDE DE MASLOW

29/03/2015 15:28

PIRÂMIDE DE MASLOW

 Abraham Maslow propõe uma divisão hierárquica das necessidades humanas, na qual as de nível mais baixo devem  ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto.

 Cada indivíduo tem de "escalar" uma hierarquia de necessidades para atingir a sua auto-realização.

É definido um conjunto de cinco necessidades: 

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS (básicas),  fome, sede,sono, sexo, excreção, abrigo.

 

NECESSIDADES DE SEGURANÇA: vão da simples necessidade de sentir-se seguro de uma casa à formas mais elaboradas de segurança como emprego estável, plano de saúde ou seguro de vida. 

 

NECESSIDADES SOCIAIS ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube 

 

NECESSIDADES DE ESTIMA, que passam por duas vertentes:

a) o reconhecimento das suas capacidades pessoais.

b) o reconhecimento da capacidade de adequação às funções que desempenham

 

NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAÇÃO:  em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser.

 

AULA 6 - O SER HUMANO TEM NECESSIDADES DIFERENTES

12/04/2015 14:18

O SER HUMANO TEM NECESSIDADES DIFERENTES

 

O comportamento humano é motivado por um grande número de necessidades que têm valor e quantidade diferente.

 

Um fator pode motivar uma pessoa hoje e pode não ter o poder de motivar seu comportamento amanhã.

 

}Muito Obrigada !!!!!!!

ProfªEsp: Flávia Bueno

Esp: Gestão Organizacional

Esp: Terapia Cognitiva e Comportamental

E-mail: flavitapaula@hotmail.com

27/03/2010 - 22h22 Para autor de "50 Grandes Psicólogos", ciência de Freud ainda dá os primeiros passos

29/03/2015 12:14
27/03/2010 - 22h22

Para autor de "50 Grandes Psicólogos", ciência de Freud ainda dá os primeiros passos

 

Segundo o professor e psicólogo irlandês Noel Sheehy, que leciona na Queen's University, a psicologia ainda se encontra na infância quando é comparada às outras ciências naturais, no entanto cresceu significativamente no último século.

Esse crescimento se deve, fundamentalmente, a grandes personalidades que pesquisaram e difundiram o conhecimento da área, promovendo o bem-estar de muitas pessoas.

Em "50 Grandes Psicólogos" Sheehy apresenta a vida, o pensamento, a obra e o impacto de algumas das mais influentes personalidades que construíram e desenvolveram a psicologia moderna.

De William James a Abraham Maslow, passando por Sigmund Freud e Noam Chomsky, mostra como a jovem ciência revolucionou o modo de pensar o homem. Abaixo, leia um trecho do livro.

50 Grandes Psicólogos

P R E F Á C I O

A psicologia moderna tem suas origens na vida intelectual e cultural da Alemanha das décadas de 1840 e 1850. Comparada às ciências naturais, a psicologia está na infância e, como toda criança, seu crescimento nos primeiros anos tem sido extraordinário. Há 150 anos, seria possível apresentar uma lista com o nome de todos os psicólogos da Europa e da América do Norte no verso de um envelope. Hoje, o número de pessoas com graduação em psicologia chega a muitas centenas de milhares. Este livro leva em consideração como cinquenta pessoas influenciaram a forma e a direção desse sucesso.

Quem são esses cinquenta grandes psicólogos? Os fundamentos da psicologia podem ser remetidos à convergência de idéias e métodos da filosofia, medicina e ciências naturais. Em diversos graus, as idéias e a influência dos grandes psicólogos aqui considerados refletem essas origens. Alguns, como Von Helmholtz, têm formação em medicina e física, outros são neurologistas (por exemplo, Sperry) e outros mais são matemáticos (por exemplo, Luce). Vários, como o lingüista Noam Chomsky e o etólogo Konrad Lorenz nunca se viram como psicólogos e declinariam essa descrição. Mas suas idéias e investigações encontram-se em áreas próximas à psicologia e causaram um profundo impacto no modo como os psicólogos pensam e explicam o comportamento.

Visões européias e norte-americanas têm identificado várias facetas da condição humana como algo de crucial importância. Entre elas, o cérebro, a percepção, a motivação, a aprendizagem, a inteligência, a linguagem, o pensamento, a personalidade, o desenvolvimento e as relações sociais. Os perfis aqui incluídos refletem o pensamento de pessoas essenciais em cada uma dessas áreas. Selecioná-las para inclusão foi uma tarefa maravilhosamente difícil.

Os textos seguem um mesmo formato. Os psicólogos sentem-se atraídos pela idéia de que o tipo que a pessoa assume na idade adulta geralmente remonta às experiências da infância, eis o motivo pelo qual são fornecidos detalhes biográficos.

Cada perfil também identifica algumas das influências intelectuais sobre o desenvolvimento de cada um desses pensadores e faz uma apreciação crítica da maneira como seu trabalho foi recebido. Cada ensaio termina com uma lista dos principais textos do autor e sugestões para outras leituras. Os cinquenta perfis não estão totalmente dissociados: observam-se conexões conceituais, temáticas e biográficas. No entanto, foram escritos para incentivar o leitor a consultar o livro do modo que mais lhe convier. Para os neófitos na psicologia, há um glossário de termos técnicos. Isso deverá facilitar o acesso a uma parte da linguagem que os psicólogos usam rotineiramente quando pensam e escrevem.

O filósofo e historiador George Santayana certa vez observou que aqueles que não conhecem sua história estão fadados a repetir seus erros. Uma leitura cuidadosa de alguns destes textos revelará que nem sempre isso é verdade. Em alguns casos, os psicólogos sabiam dos erros do passado e procuraram repetilos.

Mas a recorrência às vezes pode ser frutífera: andar em círculos pode ser uma boa atitude, contanto que o círculo seja suficientemente grande a fim de que, ao voltar para a tarefa, se possa vê-la sob novas luzes e o erro traga nova compreensão de sua natureza íntima.

Noel Sheehy

50 Grandes Psicólogos
Autor: Noel Sheehy
Editora: Contexto
Páginas: 288
Quanto: R$ 49,00
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

 
 

 

Símbolo da Psicologia

05/04/2015 19:06

Símbolo da Psicologia

 
 
símbolo da psicologia é representado por um tridente, símbolo das divindades do mar, o qual representa a vigésima terceira letra do alfabeto grego denominada “Psi”. Na etimologia, o termo psicologia corresponde a união das palavras gregas “psiche”, que quer dizer alma, “sopro” (o sopro de vida ou o sopro d'alma), e “logos” que significa estudo. Assim, em outras palavras, psicologia significa o “estudo da alma”.
 

Tridente: Símbolo da Psicologia

O símbolo da Psicologia carrega muitas interpretações sendo representada pelo símbolo solar do tridente, e algumas vezes, é composto também de duasserpentes, que simbolizam os saberes da ciência, e dois ramos de louro que simbolizam a glória, a vitória e a homenagem. Destarte, a primeira das interpretações acerca do símbolo, afirma que cada ponta do tridente, representa o tripé das teorias ou correntes psicológicas, a saber: o comportamentalismo, a psicanálise e o humanismo.

Por conseguinte, alguns afirmam que cada extremidade desse símbolo do raio representam os relâmpagos; outros encetam que cada ponta simboliza as forças do inconsciente. Nesse sentido, vale lembrar que segundo a teoria do criador da psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939), as três pontas do tridente representam a tríade das forças denominadas por ele de: id (inconsciente), ego (pré consciente) e super ego (consciente). Além disso, há interpretações que indicam que as três pontas do tridente simbolizam as três pulsões humanas, a saber: a sexualidade, a espiritualidade e auto conservação (alimentação).

Segunda a tradição cristã, o tridente pode simbolizar a Santíssima Trindade (Pai, Filho e o Espírito Santo); e, por outro lado, é também o símbolo do castigo e da culpa representado, dessa forma, como instrumento do castigo nas mãos do Satanás. Vale lembrar que na Índia, o tridente chamado de Trishula, objeto carregado pelo Deus supremo do Hinduísmo, Shiva, Deus da energia criativa, da transformação e da destruição. Com efeito, o trishula (tridente) representa os raios simbolizando seus três papéis, ou seja, o destruidor, o criador e o preservador; ou ainda, a inércia, movimento e equilíbrio.

Poseidon e o Tridente

Analogamente à simbologia da letra grega “Psi” (alma), Poseidon (Netuno), deus das águas subterrâneas e submarinas, carregava um tridente ou arpão de três pontas e, com esse instrumento, acertava seus inimigos no coração e capturava suas almas. Além disso, sua arma de guerra quando enfiada na terra possuía o poder de criar mares calmos ou agitados e, por isso, simboliza a inconstância.

fonte: 

https://www.dicionariodesimbolos.com.br/simbolo-psicologia/

 

Um rara entrevista de Freud no final de sua vida

09/04/2015 23:29

Um rara entrevista de Freud no final de sua vida

Entre as preciosidades encontradas na biblioteca da Sociedade Sigmund Freud está essa entrevista. Foi concedida ao jornalista americano George Sylvester Viereck, em 1926. Deve ter sido publicada na imprensa americana da época. Acreditava-se que estivesse perdida, quando o Boletim da Sigmund Freud Haus publicou uma versão condensada, em 1976. Na verdade, o texto integral havia sido publicado no volume Psychoanalysis and the Fut número especial do “Journal of Psychology”, de Nova Iorque, em 1957. É esse texto que aqui reproduzimos, provavelmente pela primeira vez em português.

 

 

Setenta anos ensinaram-me a aceitar a vida com serena humildade.

Quem fala é o professor Sigmund Freud, o grande explorador da alma. O cenário da nossa conversa foi uma casa de verão no Semmering, uma montanha nos Alpes austríacos.

Eu havia visto o pai da psicanálise pela última vez em sua casa modesta na capital austríaca. Os poucos anos entre minha última visita e a atual multiplicaram as rugas na sua fronte. Intensificaram a sua palidez de sábio. Sua face estava tensa, como se sentisse dor. Sua mente estava alerta, seu espírito firme, sua cortesia impecável como sempre, mas um ligeiro impedimento da fala me perturbou.

Parece que um tumor maligno no maxilar superior necessitou ser operado. Desde então Freud usa uma prótese, para ele uma causa de constante irritação.

 

 

S. Freud: Detesto o meu maxilar mecânico, porque a luta com o aparelho me consome tanta energia preciosa. Mas prefiro ele a maxilar nenhum. Ainda prefiro a existência à extinção.

Talvez os deuses sejam gentis conosco, tornando a vida mais desagradável à medida que envelhecemos. Por fim, a morte nos parece menos intolerável do que os fardos que carregamos.

Freud se recusa a admitir que o destino lhe reserva algo especial.

– Por quê – disse calmamente – deveria eu esperar um tratamento especial? A velhice, com sua agruras chega para todos. Eu não me rebelo contra a ordem universal. Afinal, mais de setenta anos. Tive o bastante para comer. Apreciei muitas coisas – a companhia de minha mulher, meus filhos, o pôr do sol. Observei as plantas crescerem na primavera. De vez em quando tive uma mão amiga para apertar. Vez ou outra encontrei um ser humano que quase me compreendeu. Que mais posso querer?

George Sylvester Viereck: O senhor teve a fama, disse que Sua obra influi na literatura de cada país. O homem olha a vida e a si mesmo com outros olhos, por causa do senhor. E recentemente, no seu septuagésimo aniversário, o mundo se uniu para homenageá-lo – com exceção da sua própria Universidade.

S. Freud: Se a Universidade de Viena me demonstrasse reconhecimento, eu ficaria embaraçado. Não há razão em aceitar a mim e a minha obra porque tenho setenta anos. Eu não atribuo importância insensata aos decimais.

A fama chega apenas quando morremos, e francamente, o que vem depois não me interessa. Não aspiro à glória póstuma. Minha modéstia não e virtude.

George Sylvester Viereck: Não significa nada o fato de que o seu nome vai viver?

S. Freud: Absolutamente nada, mesmo que ele viva, o que não e certo. Estou bem mais preocupado com o destino de meus filhos. Espero que suas vidas não venham a ser difíceis. Não posso ajudá-los muito. A guerra praticamente liquidou com minhas posses, o que havia poupado durante a vida. Mas posso me dar por satisfeito. O trabalho é minha fortuna.

Estávamos subindo e descendo uma pequena trilha no jardim da casa. Freud acariciou ternamente um arbusto que florescia.

S. Freud: Estou muito mais interessado neste botão do que no que possa me acontecer depois que estiver morto.

George Sylvester Viereck: Então o senhor é, afinal, um profundo pessimista?

S. Freud: Não, não sou. Não permito que nenhuma reflexão filosófica estrague a minha fruição das coisas simples da vida.

George Sylvester Viereck: O senhor acredita na persistência da personalidade após a morte, de alguma forma que seja?

S. Freud: Não penso nisso. Tudo o que vive perece. Por que deveria o homem construir uma exceção?

George Sylvester Viereck: Gostaria de retornar em alguma forma, de ser resgatado do pó? O senhor não tem, em outras palavras, desejo de imortalidade?

S. Freud: Sinceramente não. Se a gente reconhece os motivos egoístas por trás de conduta humana, não tem o mínimo desejo de voltar a vida, movendo-se num círculo, seria ainda a mesma.

Além disso, mesmo se o eterno retorno das coisas, para usar a expressão de Nietzsche, nos dotasse novamente do nosso invólucro carnal, para que serviria, sem memória? Não haveria elo entre passado e futuro.

Pelo que me toca estou perfeitamente satisfeito em saber que o eterno aborrecimento de viver finalmente passará. Nossa vida é necessariamente uma série de compromissos, uma luta interminável entre o ego e seu ambiente. O desejo de prolongar a vida excessivamente me parece absurdo.

George Sylvester Viereck: Bernard Shaw sustenta que vivemos muito pouco, disse eu. Ele acha que o homem pode prolongar a vida se assim desejar, levando sua vontade a atuar sobre as forças da evolução. Ele crê que a humanidade pode reaver a longevidade dos patriarcas.

– É possível, respondeu Freud, que a morte em si não seja uma necessidade biológica. Talvez morramos porque desejamos morrer.

Assim como amor e ódio por uma pessoa habitam em nosso peito ao mesmo tempo, assim também toda a vida conjuga o desejo de manter-se e o desejo da própria destruição.

Do mesmo modo com um pequeno elástico esticado tende a assumir a forma original, assim também toda a matéria viva, consciente ou inconscientemente, busca readquirir a completa, a absoluta inércia da existência inorgânica. O impulso de vida e o impulso de morte habitam lado a lado dentro de nós.

A Morte é a companheira do Amor. Juntos eles regem o mundo. Isto é o que diz o meu livro: Além do Princípio do Prazer.

No começo, a psicanálise supôs que o Amor tinha toda a importância. Agora sabemos que a Morte é igualmente importante.

Biologicamente, todo ser vivo, não importa quão intensamente a vida queime dentro dele, anseia pelo Nirvana, pela cessação da “febre chamada viver”, anseia pelo seio de Abraão. O desejo pode ser encoberto por digressões. Não obstante, o objetivo derradeiro da vida é a sua própria extinção.

Isto, exclamei, é a filosofia da autodestruição. Ela justifica o auto-extermínio. Levaria logicamente ao suicídio universal imaginado por Eduard von Hartamann.

S.Freud: A humanidade não escolhe o suicídio porque a lei do seu ser desaprova a via direta para o seu fim. A vida tem que completar o seu ciclo de existência. Em todo ser normal, a pulsão de vida é forte o bastante para contrabalançar a pulsão de morte, embora no final resulte mais forte.

Podemos entreter a fantasia de que a Morte nos vem por nossa própria vontade. Seria mais possível que pudéssemos vencer a Morte, não fosse por seu aliado dentro de nós.

Neste sentido acrescentou Freud com um sorriso, pode ser justificado dizer que toda a morte é suicídio disfarçado.

Estava ficando frio no jardim.

Prosseguimos a conversa no gabinete.

Vi uma pilha de manuscritos sobre a mesa, com a caligrafia clara de Freud.

George Sylvester Viereck: Em que o senhor está trabalhando?

S. Freud: Estou escrevendo uma defesa da análise leiga, da psicanálise praticada por leigos. Os doutores querem tornar a análise ilegal para os não médicos. A História, essa velha plagiadora, repete-se após cada descoberta. Os doutores combatem cada nova verdade no começo. Depois procuram monopoliza-la.

George Sylvester Viereck: O senhor teve muito apoio dos leigos?

S. Freud: Alguns dos meus melhores discípulos são leigos.

George Sylvester Viereck: O senhor está praticando muito psicanálise?

S. Freud: Certamente. Neste momento estou trabalhando num caso muito difícil, tentando desatar os conflitos psíquicos de um interessante novo paciente.

Minha filha também é psicanalista, como você vê…

Nesse ponto apareceu Miss Anna Freud acompanhada por seu paciente, um garoto de onze anos, de feições inconfundivelmente anglo-saxonicas.

George Sylvester Viereck: O senhor já analisou a si mesmo?

S. Freud: Certamente. O psicanalista deve constantemente analisar a si mesmo. Analisando a nós mesmos, ficamos mais capacitados a analisar os outros.

O psicanalista é como o bode expiatório dos hebreus. Os outros descarregam seus pecados sobre ele. Ele deve praticar sua arte à perfeição para desvencilhar-se do fardo jogado sobre ele.

George Sylvester Viereck: Minha impressão, observei, é de que a psicanálise desperta em todos que a praticam o espírito da caridade cristão. Nada existe na vida humana que a psicanálise não possa nos fazer compreender. “Tout comprec’est tout pardonner”.

Pelo contrário! – bravejou Freud, suas feições assumindo a severidade de um profeta hebreu. Compreender tudo não é perdoar tudo. A análise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o que podemos evitar. Ela nos diz o que deve ser eliminado. A tolerância com o mal não e de maneira alguma um corolário do conhecimento.

Compreendi subitamente porque Freud havia litigado com os seguidores que o haviam abandonado, por que ele não perdoa a sua dissensão do caminho reto da ortodoxia psicanalítica. Seu senso do que é direito é herança dos seus ancestrais. Una herança de que ele se orgulha como se orgulha de sua raça.

Minha língua, ele me explicou, é o alemão. Minha cultura, mina realização é alemã. Eu me considero um intelectual alemão, até perceber o crescimento do preconceito anti-semita na Alemanha e na Áustria. Desde então prefiro me considerar judeu.

Fiquei algo desapontado com esta observação.

Parecia-me que o espírito de Freud deveria habitar nas alturas, além de qualquer preconceito de raças que ele deveria ser imune a qualquer rancor pessoal. No entanto, precisamente a sua indignação, a sua honesta ira, tornava o mais atraente como ser humano.

Aquiles seria intolerável, não fosse por seu calcanhar!,

Fico contente, Herr Professor, de que também o senhor tenha seus complexos, de que também o senhor demonstre que é um mortal!

Nossos complexos, replicou Freud, são a fonte de nossa fraqueza; mas com freqüência são também a fonte de nossa força.

 Fonte: https://www.freudiana.com.br/destaques-home/entrevista-com-freud.html

 

 

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